As energias renováveis na Agricultura
[ 30-08-2017 ]
Num futuro próximo, as energias renováveis vão contribuir de modo significativo para a eficiência energética e redução de emissões de gases de estufa no sector Agrícola e Agro-industrial.
Portugal tem condições edafoclimáticas muito competitivas em relação a outros países da Europa: clima, relevo, temperatura, radiação e vento para a produção de Energias Renováveis - Solar (fotovoltaica e térmica), Eólica e Biomassa. A energia solar, passível de ser convertida em energia fotovoltaica e térmica, é possivelmente a fonte privilegiada, já que Portugal permite um período médio de exposição solar anual de 2200 a 3000 horas, valor bastante superior aos obtidos nos países da Europa central, que possuem entre 1200 a 1700 horas.
-O potencial de utilização das energias renováveis no sector Agrícola e enorme e ainda há muito por explorar (exemplos):
-Fornecer energia eléctrica a lugares remotos - onde os custos da montagem de linhas eléctricas são superiores ao sistema fotovoltaico ou onde exista a impossibilidade deste tipo de fornecimento.
-Alimentar sistemas autónomos, bombas de água para irrigação, sinalização, alimentação de sistemas de telecomunicação, etc.
-A integração de módulos fotovoltaicos na envolvente dos edifícios (paredes e telhados) é uma aplicação recente, que pode representar reduções de custos de construção e energéticos.
Para se alcançar uma maior utilização das energias renováveis na nossa Agricultura é necessário um programa específico de apoio à implementação das energias renováveis no sector - soluções de autoconsumo, responder à sazonalidade da actividade e potências de energia específicas para a Agricultura. Importante também será a implementação de acções de formação que visem a eficiência energética em máquinas e equipamentos agrícolas e agro-indústrias. Esta formação terá como objectivos responder à problemática da diminuição da dependência energética, redução de custos/consumo, melhoria do rendimento global, e a sustentabilidade das explorações agrícolas (optimização da eficiência energética das mesmas), em sectores muito específicos, tais como regadio e culturas intensivas; aplicação de tecnologias inovadoras, melhoria na gestão de subprodutos e na eficiência energética das agro-indústrias.
-Regadios mais eficientes:
-Auditorias anuais aos Sistemas de Rega;
-Introdução de novas tecnologias de rega mais eficientes;
-Instalações de reservatórios de água;
-Sistemas de medição de caudal;
-Melhoria das redes de transporte e distribuição de água (tubagens, canais);
-Avaliação em tempo real das necessidades de água;
-Sistemas de bombagem, com variadores de frequência, baterias de condensadores, arrancadores suaves – Sistema de Bombagem/Equipamento de Rega – com energia fornecida através de painéis fotovoltaicos;
-Automatização dos sistemas de comando e controlo à distância;
-Tarifas mais adequadas (Negociação com Fornecedores, compra de energia agrupada, gestão dos horários, por forma a não consumir energia em horário ponta).
Figura 1 - Apoio à energia renovável nos programas de desenvolvimento rural para 2014-2020.
Figure 2 – Diminuição do efeito estufa (CO2) nas energias renováveis para o cenário de 2008 e 2020 para condições de aumento dos investimentos agrícolas em energia renovável.
Fonte/ Source: Final Report for the European Commission Directorate-General Agriculture and Rural Development - "Impacts of Renewable Energy on European Farmers – Creating Benefits for Farmers and Society" - 5 December 2011.
Assim, uma aposta nas Energias Renováveis e o caminho a seguir para alcançar a melhor eficiência energética nas máquinas e equipamentos agrícolas e agro-indústrias.
A curto prazo, a que envidar esforços e congregar sinergias (Universidades, Associações de Agricultores e Agro-indústria) para tornar efectiva e cada vez mais acessível o investimento nesta área das Energias Renováveis.
Fonte:
http://www.europarl.europa.eu/RegData/etudes/ATAG/2016/593546/EPRS_ATA(2016)593546_EN.pdf
Nuno Vacas
Responsável pela Manutenção e Logística da AGROMAIS